SIPHONOPHORA
A caravela portuguesa, Physalia physalis, pertence à ordem Siphonophora. Cada espécimen desta ordem não é um indivíduo mas uma colónia de muitos animais individuais (zoóides), que são morfologicamente e funcionalmente especializados.
Um zoóide especializado para uma função desenvolve as características e os recursos necessários para servir essa função, no entanto não possui as estruturas associadas a outras funções. Assim, de forma a sobreviver, os zoóides requerem a diferenciação funcional dos membros vizinhos - cada um é dependente do outro para fazer o que este não consegue (interdependência).
Cada zoóide é um indivíduo, mas a sua integração com os outros é tão forte que a colónia obtém o carácter de um único e grande organismo.
Esta comunidade define-se por uma população de agentes que interagem localmente uns com os outros e com o ambiente em que se encontram. Estes agentes seguem regras simples, sem controlo ou estrutura central que defina o seu comportamento.
As interacções locais entre os agentes geram um comportamento global “inteligente”.
siphono é uma comunidade de algoritmos
Tal como acontece na ordem das Siphonophora, cada indivíduo (algoritmo) tem uma função, e a comunidade não existe se não houver ligação/comunicação entre os algoritmos.
Esta comunidade alimenta-se de texto, sendo assim necessário que haja um input de fora para que esta se desenvolva e sobreviva.
Siphono vive no ambiente digital, embora consiga adaptar algumas funções ao ambiente impresso quando entra em contacto com outras comunidades que nele vivem, nomeadamente pela transformação visual de texto em forma e cor. No entanto, o parasita (SOM) pode não conseguir sobreviver neste ambiente.
A comunidade enquanto artefacto digital caracteriza-se numa experiência audiovisual e pode resultar numa interface fisica que permita a interacção com um utilizador (instalação hipermedia), através de um periférico de entrada.
Por se usar texto como input de conteúdo para gerar um output diferente, introduz-se a ideia de CÓDIGO. A linguagem é de certa forma encriptada, sendo aspenas perceptível ao algoritmo que a recebe.
MUTUALISMO
A comunidade de chegada é hospedeira do parasita SOM, tal como o peixe Nomeus gronovii é um parasita na comunidade biológica. Este peixe alimenta-se dos tentáculos da caravela portuguesa conseguindo evitar, pela sua agilidade e velocidade, ser picado pelos dactylzooides, que contêm células (os nematocistos) que injetam veneno nas presas. Este peixe não é totalmente imune ao veneno mas tolera dez vezes mais do que outros peixes.
O SOM é imune à transformação de letras em forma/cor.
Este pode ou não existir (não afectando a existência do comportamento inicial gerado pelos outros algoritmos presentes na comunidade).
O parasita pode existir dentro da comunidade de chegada ou nas zonas de contacto com outras comunidades que estejam a explorar elementos sonoros.
Na comunidade de chegada, o SOM existe como composição algorítmica, gerada a partir de programas que sirvam para o efeito. Apresenta-se então o algoritmo SONO.
O SONO nasce assim fora da comunidade - depois de criado parte para a interface onde altera a estrutura e comportamento inicial da mesma.
O algoritmo CONFIGO recebe o input (texto) e transforma-o em forma.
Complementa-se a forma com a presença da cor, a cargo do algoritmo COLORO que recebe instruções para caracterizar o input recebido.
O algoritmo encarregue do movimento, chamado MOTUS, acompanha o algoritmo SONO que introduz a ideia de Sinfonia Visual à interface criada.
O algoritmo PENITUS permite a interacção com o exterior. A participação pode resultar numa mudança na estrutura da comunidade, seja pela forma, cor, movimento ou som.
É ainda importante referir a presença de um algoritmo SIMILO que pretende simular algumas das características e comportamento da comunidade biológica das Siphonophora, especificamente a nível de movimento.
A comunidade de chegada pretende então explorar uma relação entre SOM, IMAGEM, MOVIMENTO e INTERACÇÃO.
Se quiseres interagir com a minha comunidade basta colocares em baixo uma frase, parágrafo ou texto que caracterize a tua comunidade (ou outro texto que consideres importante para o teu trabalho). Mais tarde irei devolver-te a composição visual resultante da nossa interacção, graças ao alimento que forneceste ao algoritmo CONFIGO.